quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Um ano novo sem promessas nem resoluções


Não há promessas e resoluções este ano... Há agradecimentos.


Pela a paz que invadiu meu coração e que conseguiu ser a sensação dominante mesmo em meio a tantos acontecimentos que poderiam ter me tirado o sono muitas vezes, obrigada.


Pelas poucas noites sem dormir, em meio à angústias e vaidades, obrigada. Somente por estes momentos existirem que consigo valorizar essa leveza que me domina. Somente por estes momentos posso perceber o caminho que ainda há para ser percorrido na aceitação de que tudo é perfeito.


Pela força que tantas vezes me fez dizer "não", colocar limites, decidir por aquilo que era melhor pra mim, sem culpas e sem medos, obrigada.


Pela flexibilidade que me fez saber quando dizer sim, mesmo querendo dizer não, obrigada.


Pelas alegrias e tristezas que me ensinam que a vida são ciclos, que tudo passa e portanto é fundamental viver cada momento intensamente, obrigada.


Pela oportunidade de ter tido meu avô por mais de 30 anos, muito, muito obrigada.


Pelos aprendizados, independente dos meios pelos quais eles chegaram à mim, obrigada


À todos os seres de luz que me acompanharam ao longo desse ano, e àos das sombras também, o meu obrigada.


À família maravilhosa que me recebeu, de braços abertos,  nesta jornada na Terra, vocês são, de longe, o maior presente que poderia receber na vida. Muito obrigada.


À todos os meus amigos, antigos e novos, de longe e de perto, mas que estiveram torcendo por mim, me estendendo as mãos e me apoiando em cada passo do caminho, de coração, obrigada.


Por poder medir esse ano em grandes momentos de amor, MUITO, MUITO OBRIGADA!


E a vocês, desejo apenas que possam sentir essa paz, essa completude que estou sentindo hoje. Um mais que feliz 2012 pra todos vocês!!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Simples assim...


Eu costumava a achar que nós mulheres éramos confusas e mal resolvidas... Tá certo. Muitas vezes somos... em especial confusas... Mas quando foi que as coisas ficaram tão complicadas?

Quando foi que uma pergunta passou a precisar de tanto tempo para ser respondida?? O que aconteceu com o "sim" ou "não"?? "Não sei" também resolve... Por que a necessidade de elaborar, desenvolver e complicar aquilo que é tão simples?

Como foi que ficou tudo tão pesado??

Não quero tratados, porques ou explicações... Não preciso disso... Eles não fazem nenhuma diferença prática...

Não quero complicar sentimentos simples, nem estou em busca de definições ou promessas... Não estou nem aí pra nada do que aconteceu no passado, nem estou preocupada com futuro... Passado e futuro não me servem pra nada...

Estou tentando decidir uma questão simples: qual é a melhor maneira de eu agir agora? Pra definir isso, busquei uma informação importante, cuja a resposta eu não tinha claramente...

Não quero transformar nada em problema, não quero complicar nada, não quero a paranóia do "o que isso significa?"
Não significa nada...

Me cansa a defensiva, quando não há nenhum ataque...

Quero as coisas leves e simples...
Quero DEScomplicar...

A  vida é curta... Não tenho tempo pra não ser feliz...
E pra ser sincera, desaprendi como fazê-lo...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Sobre o amor - Ferreira Gullar


"Houve uma época em que eu pensava que as pessoas deviam ter um gatilho na garganta: quando pronunciasse — eu te amo —, mentindo, o gatilho disparava e elas explodiam. Era uma defesa intolerante contra os levianos e que refletia sem dúvida uma enorme insegurança de seu inventor. Insegurança e inexperiência. Com o passar dos anos a idéia foi abandonada, a vida revelou-me sua complexidade, suas nuanças. Aprendi que não é tão fácil dizer eu te amo sem pelo menos achar que ama e, quando a pessoa mente, a outra percebe, e se não percebe é porque não quer perceber, isto é: quer acreditar na mentira. Claro, tem gente que quer ouvir essa expressão mesmo sabendo que é mentira. O mentiroso, nesses casos, não merece punição alguma.

Por aí já se vê como esse negócio de amor é complicado e de contornos imprecisos. Pode-se dizer, no entanto, que o amor é um sentimento radical — falo do amor-paixão — e é isso que aumenta a complicação. Como pode uma coisa ambígua e duvidosa ganhar a fúria das tempestades? Mas essa é a natureza do amor, comparável à do vento: fluido e arrasador. É como o vento, também às vezes doce, brando, claro, bailando alegre em torno de seu oculto núcleo de fogo.

O amor é, portanto, na sua origem, liberação e aventura. Por definição, anti-burguês. O próprio da vida burguesa não é o amor, é o casamento, que é o amor institucionalizado, disciplinado, integrado na sociedade. O casamento é um contrato: duas pessoas se conhecem, se gostam, se sentem a traídas uma pela outra e decidem viver juntas. Isso poderia ser uma COisa simples, mas não é, pois há que se inserir na ordem social, definir direitos e deveres perante os homens e até perante Deus. Carimbado e abençoado, o novo casal inicia sua vida entre beijos e sorrisos. E risos e risinhos dos maledicentes. Por maior que tenha sido a paixão inicial, o impulso que os levou à pretoria ou ao altar (ou a ambos), a simples assinatura do contrato já muda tudo. Com o casamento o amor sai do marginalismo, da atmosfera romântica que o envolvia, para entrar nos trilhos da institucionalidade. Torna-se grave. Agora é construir um lar, gerar filhos, criá-los, educá-los até que, adultos, abandonem a casa para fazer sua própria vida. Ou seja: se corre tudo bem, corre tudo mal. Mas, não radicalizemos: há exceções — e dessas exceções vive a nossa irrenunciável esperança.

Conheci uma mulher que costumava dizer: não há amor que resista ao tanque de lavar (ou à máquina, mesmo), ao espanador e ao bife com fritas. Ela possivelmente exagerava, mas com razão, porque tinha uns olhos ávidos e brilhantes e um coração ansioso. Ouvia o vento rumorejar nas árvores do parque, à tarde incendiando as nuvens e imaginava quanta vida, quanta aventura estaria se desenrolando naquele momento nos bares, nos cafés, nos bairros distantes. À sua volta certamente não acontecia nada: as pessoas em suas respectivas casas estavam apenas morando, sofrendo uma vida igual à sua. Essa inquietação bovariana prepara o caminho da aventura, que nem sempre acontece. Mas dificilmente deixa de acontecer. Pode não acontecer a aventUra sonhada, o amor louco, o sonho que arrebata e funda o paraíso na terra. Acontece o vulgar adultério - o assim chamado -, que é quase sempre decepcionante, condenado, amargo e que se transforma numa espécie de vingança contra a mediocridade da vida. É como uma droga que se toma para curar a ansiedade e reajustar-se ao status quo. Estou curada, ela então se diz — e volta ao bife com fritas.

Mas às vezes não é assim. Às vezes o sonho vem, baixa das nuvens em fogo e pousa aos teus pés um candelabro cintilante. Dura uma tarde? Uma semana? Um mês? Pode durar um ano, dois até, desde que as dificuldades sejam de proporção suficiente para manter vivo o desafio e não tão duras que acovardem os amantes. Para isso, o fundamental é saber que tudo vai acabar. O verdadeiro amor é suicida. O amor, para atingir a ignição máxima, a entrega total, deve estar condenado: a consciência da precariedade da relação possibilita mergulhar nela de corpo e alma, vivê-la enquanto morre e morrê-la enquanto vive, como numa desvairada montanha-russa, até que, de repente, acaba. E é necessário que acabe como começou, de golpe, cortado rente na carne, entre soluços, querendo e não querendo que acabe, pois o espírito humano não comporta tanta realidade, como falou um poeta maior. E enxugados os olhos, aberta a janela, lá estão as mesmas nuvens rolando lentas e sem barulho pelo céu deserto de anjos. O alívio se confunde com o vazio, e você agora prefere morrer.

A barra é pesada. Quem conheceu o delírio dificilmente se habitua à antiga banalidade. Foi Gogol, no Inspetor Geral quem captou a decepção desse despertar. O falso inspetor mergulhara na fascinante impostura que lhe possibilitou uma vida de sonho: homenagens, bajulações, dinheiro e até o amor da mulher e da filha do prefeito. Eis senão quando chega o criado, trazendo-lhe o chapéu e o capote ordinário, signos da sua vida real, e lhe diz que está na hora de ir-se pois o verdadeiro inspetor está para chegar. Ele se assusta: mas então está tUdo acabado? Não era verdade o sonho? E assim é: a mais delirante paixão, terminada, deixa esse sabor de impostura na boca, como se a felicidade não pudesse ser verdade. E no entanto o foi, e tanto que é impossível continuar vivendo agora, sem ela, normalmente. Ou, como diz Chico Buarque: sofrendo normalmente.

Evaporado o fantasma, reaparece em sua banal realidade o guarda­roupa, a cômoda, a camisa usada na cadeira, os chinelos. E tUdo impregnado da ausência do sonho, que é agora uma agulha escondida em cada objeto, e te fere, inesperadamente, quando abres a gaveta, o livro. E te fere não porque ali esteja o sonho ainda, mas exatamente porque já não está: esteve. Sais para o trabalho, que é preciso esquecer, afundar no dia-a-dia, na rotina do dia, tolerar o passar das horas, a conversa burra, o cafezinho, as notícias do jornal. Edifícios, ruas, avenidas, lojas, cinema, aeroportos, ônibus, carrocinhas de sorvete: o mundo é um incomensurável amontoado de inutilidades. E de repente o táxi que te leva por uma rua onde a memória do sonho paira como um perfume. Que fazer? Desviar-se dessas ruas, ocultar os objetos ou, pelo contrário, expor-se a tudo, sofrer tudo de uma vez e habituar­se? Mais dia menos dia toda a lembrança se apaga e te surpreendes gargalhando, a vida vibrando outra vez, nova, na garganta, sem culpa nem desculpa. E chegas a pensar: quantas manhãs como esta perdi burramente! O amor é uma doença como outra qualquer.

E é verdade. Uma doença ou pelo menos uma anormalidade. Como pode acontecer que, subitamente, num mundo cheio de pessoas, alguém meta na cabeça que só existe fulano ou fulana, que é impossível viver sem essa pessoa? E reparando bem, tirando o rosto que era lindo, o corpo não era lá essas coisas... Na cama era regular, mas no papo um saco, e mentia, dizia tolices, e pensar que quase morro!...

Isso dizes agora, comendo um bife com fritas diante do espetáculo vesperal dos cúmulos e nimbos. Em paz com a vida. Ou não."

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Borboleta



Existe algo que não sei explicar...
E esse algo me faz achar que pode dar tão certo... mas de repente não é nada além do meu querer... Um querer enorme, que contém nele todo um universo...
Um querer com a intensidade de tudo que toco, e que vira, não pedra, mas fogo...

E talvez, em outros tempos, esse querer fosse o suficiente para eu apostar todas as minhas fichas na remota possibilidade de um dia você me olhar de verdade... ver a mulher que surgiu quando lagarta entrou no casúlo decidida a virar borboleta; e, como na música da Adele, que tanto amo, te desafiasse a me permitir ser a pessoa pra você...

Mas não... não te desafio à nada.
Veja o que quiser, se quiser, e se não quiser não veja...

Há o céu, as flores e um mundo enorme pra que uma borboleta fique parada esperando ser notada...

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

"Eu tive um sonho ruim, e acordei chorando..."



"Like a little girl cries in the face
Of a monster that lives in her dreams
Is there anyone out there?
Cause it's getting harder and harder to breathe" - Adam Levine e Jesse Carmichael



Meus monstros moram todos nos meus sonhos.
É à noite, quando minha razão dorme que meus medos e inseguranças saem do inconsciente para me atormentar... que situações sem sentido me levam à beira do desespero... que meus traumas voltam a se tornar reais.
 
E meus sonhos são bem reais...
 
E será que não havia algo a ser compreendido naquela mistura de imagens que tanto me angustiaram? Um medo manisfesto oniricamente, ou um aviso sobre aquilo que pode acontecer quando eu teimo em não ver o que é tão claro?
 
Você esteve, novamente, em meus sonhos essa noite...

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Auto-retrato

Sou feita de opostos
Da alternância constante entre o quente e o frio, coberta com uma camada de auto-controle que faz tudo parecer em estável.
Mas tente não se enganar com isso 
As correntes por baixo do mar tranquilo têm uma força inimaginável ao observador desatento,
 mas o farão afogar-se.

O óbvio me entedia
O medíocre me aborrece.

Amo incondicionalmente,
Choro compulsivamente
Vivo intensamente

Meus sentimentos são todos fortes e não tenho medo de vivê-los
Alegria, tristeza, medo, raiva e todas as variantes têm morada garantida em meu peito

Adoro lembranças inesquecíveis, viradas imprevisíveis, amores impossíveis
Mas você não vai perceber isso à primeira vista
Nada em mim é gritado aos quatro ventos

Sou um livro aberto
Mas você tem que ter o trabalho de lê-lo.

domingo, 23 de outubro de 2011

Tudo igual e tão diferente




Eu fiz de novo.

Mais uma vez sigo em frente cometendo sempre os mesmos erros, tropeçando nas mesmas pedras que eu já sei que estão pelo caminho...

Mais uma vez me pego caminhando em direção ao mesmo precipício, ouvindo as vozes que me pedem para me jogar e sentir a adrenalina e a sensação de plenitude da queda.

Mais uma vez eu me aproximo um pouco demais do fogo por me faltar o medo de me queimar...

Mas desta vez algo me pára no meio do caminho... desta vez algo mudou...

Agora consigo ver claramente os sinais que antes preferi ignorar...

A forma como seu mundo ainda orbita em torno dela... A indiferença, não no sentido negativo da palavra, mas naquilo que ela estritamente representa...

Agora consigo olhar pra mim e me enxergar muito melhor... o que sou, o que quero, o que mereço.

E enquanto esses sinais passam pelo meu caminho olho para frente e vejo o que me aguarda... "Espera!!" Escuto uma voz me dizer - "Vale a pena?" E consigo, em paz, dar meia volta, e abrir mão daquilo que não me serve mais.

A voz na minha cabeça? É a minha.

Não, não é o medo mais que me pára. O nome disso é auto-estima...

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Mensagem pra mim mesma (e pra quem mais precisar dela)

E se uma situação fizer com que você se sinta insignificante??

Não se engane... ninguém é capaz de fazer com que você se sinta insignificante... ninguém além de você mesmo...

Talvez haja um motivo real para que você se sinta assim, e aí cabe perguntar o que precisa ser mudado... Talvez as frases na sua cabeça tenham a ver com um passado distante, e com coisas nas quais você acreditou que não mais refletem a verdade, e não te servem mais... E apenas você poderá travar a difícil batalha para vencer as crenças limitantes e substituí-las por outras, mais saudáveis...

Afinal, você pode acreditar no que quiser... e se é pra escolher, melhor focar naquilo que te coloca pra cima, que te contrói, que te faz mais forte e feliz... Não é???

terça-feira, 6 de setembro de 2011

A descoberta de um avô

Meu avô nunca foi um avô fofinho, daqueles que é só carinho, beijos e abraços... Pra falar a verdade, quando pequena, considerava ele meio assustador.

Militar, ele não tinha muito jeito com meninas... Sim, minha mãe era o xodó dele, porém minha mãe nunca foi o protótipo de menina meiga e delicada... Já eu, era totalmente menininha... Acho que ele nunca soube muito bem como lidar com isso, de forma que eu até levava bronca por reclamar e chorar quando meus irmãos me batiam - "age como homem, menina!!", era o que muitas vezes ouvia...

Não entendam mal, ele sempre foi só coração... meus avós, que moram no Rio, passavam o ano comendo do mais simples, pra podermos ter, nas duas vezes do ano que íamos para sua casa, tudo que o tínhamos na nossa.

Meu avô, nos levava e buscava em todos os lugares, e juntava durante todo o ano o dinheiro que nos dava de presente de Natal... Mas não sabia lidar com sentimentos, então havia poucos abraços e beijos, não havia parabéns por telefone no aniversário, e qualquer ligação para a casa dos meus avós implicava que, após o "Alô" e as devidas identificações, a frase seguinte fosse sempre "vou chamar sua avó"...

Eu era delicada demais, e ele não sabia lidar com isso...Ele era fechado demais para demonstrações de afeto, e eu não sabia lidar com isso...

O resultado disso foi que, durante muito tempo, meu relacionamento com meu avô envolvia poucas palavras. E o avô que conhecia era distante e de poucos sorrisos...

Aí veio a Kika. Kika era uma cadela vira-lata que ganhei aos 13 anos, e que, alguns anos depois, dei para os meus avós. Ela era apaixonada por ele. Com ela, ele era só sorrisos e carinhos... E de repente havia um link entre nós dois... Os silêncios foram preenchidos pelas conversas sobre ela, o que ela fazia, como ela estava e as coisas que aprontava... Por causa dela, pudemos achar uma ponte entre nós dois, e abrirmos as portas para um relacionamento um pouco mais próximo.

Nos últimos anos meu avô já não era forte e assustador... A idade deixou ele frágil, e o tempo, muito mais suave... Ainda não sabia lidar bem com as manifestações de afeto; abraços  e demonstrações de carinho o deixavam sem graça, mas os sorrisos eram frequentes... Talvez sempre houvessem sido e eu que não percibia.
À cada despedida, as lágrimas em seus olhos nos diziam o quanto éramos amados, a falta e saudades que a distância deixava em seu coração...

A Kika já não era nosso único assunto... trabalho e estudos entraram na lista, e até uma longa conversa, no início deste ano, sobre como ele conheceu minha avó e as peripércias da minha mãe quando pequena...

Neste ano, no dia dos avós, ele já estava no hospital. Pedi que minha mãe me ligasse quando ele estivesse acordado (ele passava longos períodos dormindo), e quando consegui falar com ele, foi muito rapidamente... disse a coisa mais importante que poderia dizer "Vô, eu te amo".

Estas foram as minhas últimas palavras para o meu avô ainda consciente.

Poucos dias depois ele foi transferido para a UTI e passava o tempo todo sedado. Quando estive em Rio das Ostras, falava com um avô muito frágil, inconsciente e preso à muitas máquinas em um quarto de hospital. Algum tempo depois ele morreu.

Meu avô foi um grande homem, com um grande coração... A família, os filhos, os irmãos, os netos estiveram sempre em primeiro lugar... A Kika me possibilitou ver esse coração e me aproximar dele. Sei que onde quer que ele esteja, ele está sendo assistido, e gosto de pensar que, naquele momento de ir em direção à luz, entre outras pessoas que ele amava, estava ela, abanado o rabo e dando pulos de alegria ao rever seu dono tão amado... (e os espíritas não me venham explicar nada sobre animais e espiritismo, gosto dessa imagem e pretendo mantê-la!)

Vô, sinto sua falta!!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Expectativas


Quando era mais nova, costumava esperar muito da vida. Tinha grandes expectativas com relação a trabalho, familia, casa...

Teria uma vida de sucesso profissional...
Encontraria o grande amor da minha vida...
Teria um casal de filhos lindos, inteligentes, engraçados...
Teria uma linda casa, em algum lugar afastado da bagunça de São Paulo...
E isso seria a felicidade eterna... como num comercial de margarina de longa duração...

Doce ilusão de controle, em uma tola juventude onde acreditava que sabia tudo...

Hoje, nem tão mais velha assim, ainda estou buscando descobrir o que é esse tal de sucesso profissional e como conciliar ganhar dinheiro e fazer o que se ama.
O príncipe encantado deixou de existir há muito tempo e foi substituido pela busca por alguém que provavelmente será cheio de manias irritantes, mas que será companheiro suficiente pra fazer valer a pena resolver problemas e desentendimentos.
Aprendi, mesmo ainda não tendo filhos, que seus filhos perfeitos, em certos dias, podem te deixar à beira de de um surto psicótico no estilo "Um dia de fúria"...
Descobri que ou escolhemos as facilidades dos grandes centros ou a tranquilidade das pequenas cidades...

Hoje não reclamo do sol, ou do frio, ou da chuva (às vezes da falta dela, mas no nome disso é rinite-rs). Aproveito o que a vida traz, e sou grata por isso.

Hoje tenho poucas expectativas às quais me apego... Mas, não! Espere um pouco antes de sentir pena da menina que perdeu seus sonhos pelo caminho... Hoje, vejo a vida de um modo novo... E isso é, no mínimo, libertador...

Para mim, a vida - essa que tenho hoje - é uma parte pequena de um longo caminho de evolução por muitas e muitas vidas; ou ela é uma longa caminhada rumo à inexistência, ao nada pós-morte...

Qualquer uma dessas duas visões sobre a vida me libertam do apego e da angústia com relação ao futuro; me libertam da ansiedade que acompanha qualquer tipo de expectativa sobre o que poderá ou não acontecer. Também me sinto liberta do passado... os erros e os acertos são, ou parte de um processo de evolução que me permitiu chegar até aqui; ou situações sem nenhuma importâcia diante do nada que virá.

Os  problemas e preocupações têm nenhuma, ou muito pouca importância diante da eternidade ou do nada.

Ainda tenho projetos, ainda sonho... Sonho em mudar o mundo, em colaborar para que o planeta Terra seja um lugar melhor pra se viver, e trabalho dia a dia para tornar esse sonho realidade. E quando este sonho se transforma em atitude, não é idealismo, é construção.

Tenho projetos para o meu futuro, acredito e trabalho nestes projetos no momento presente, mas, se algo acontecer no caminho que os impeçam de tornarem-se realizade, então a gente muda os projetos, muda os sonhos... nunca a alegria. Perdi a ilusão de que tenho tudo sob meu controle, que tenho que estar sempre certa, de que o fracasso existe.

Meu momento mais importante é agora, e vou viver este momento livre de sentimentos de não-realização; livre de preocupações com situações sobre a qual não tenho controle; livre de tristezas inúteis... Isso se chama FELICIDADE.

No final, o que vai contar, são as boas lembranças, os amigos e pessoas queridas. No final, não estarei me perguntando quanto dinheiro consegui, não estarei me cobrando estar casada ou solteira, não importará nem um pouco onde morei...

No final o que contará é a paz no coração, as vidas que a gente tocou, o caminho que a gente percorreu de bem com a vida, enchendo o mundo de alegria, compaixão, amor e paz. É isso que fará valer a pena!!

No último momento, sei que minha pergunta pra mim mesma será: "E aí Renata, você conseguiu tornar o mundo um lugar melhor? E, se não conseguiu, o quanto você tentou? "

E me diz: quem vocês conhecem que conseguiu mudar o mundo pra melhor levando uma vida cheia de frustrações, de apego a expectativas não realizadas, de mal humor e de tristeza? Sem conseguir aproveitar o hoje por estar preso ao passado ou ao futuro??

quinta-feira, 2 de junho de 2011

terça-feira, 31 de maio de 2011

Tormenta

Uma imagem.
Pra representar o que eu não conseguiria dizer em mil palavras...
Pra mostrar como anda a alma, que os gestos e palavras calmas e sensatas escondem...
Pra falar do que o sorriso - muitas vezes até sincero - não diz durante o dia
mas que as lágrimas gritam à noite.. quando ninguém está por perto e não há a necessidade de ser forte...
Uma imagem...
Em memória dos sonhos desfeitos.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

E SE EU FOSSE EU...O QUE FARIA?

Não, a pergunta não está errada...

Você já se sentiu como alguém tão diferente de você mesmo que você se fez a pergunta acima?? Ontem me senti assim...

Engraçado, a gente vai formando uma visão de nós mesmos desde de que nascemos, e de repente essa visão se torna uma verdade absoluta e incontestável... Eu SOU assim...

Mas o tempo passa... e de repente ontem me vi uma outra pessoa... totalmente diferente de mim.

Isso não é ruim... gosto da nova eu... mas até que ponto tenho tomado decisões e agido com as pessoas ao meu redor baseada em meus conceitos sobre uma "eu" que nem existe mais???

terça-feira, 3 de maio de 2011

Outono


Adoro outono...

E talvez fosse muito difícil eu não gostar. Meu nome significa a resnascida, o planeta regente do meu signo é plutão, regente do ciclo morte e renascimento, e escolhi para mim mesma o símbolo da fênix... Acho que seria pouco provável que eu tivesse uma outra época preferida do ano...

Acho apenas uma pena que não more num lugar onde a paisagem fique como na figura acima, em tons de dourado...

Hoje foi um típico dia de outono... Um dia de calor e frio... Um dia de completos...

Sim, porque é este o motivo de eu gostar tanto dessa época do ano, que nos mostra na prática que precisamos de calor e frio, luz e sombras...

A felicidade só é possível para aqueles que entendem e aceitam as tristezas. Silêncio e sons se completam, e não conseguimos realmente apreciar um sem a existência do outro. Só nos tornamos luz quando conhecemos e aceitamos nossas sombras; o novo só nasce quando deixamos o velho morrer...

Amo outono... E hoje voltei, do trabalho pra casa, com vontade de cantar, dançar, escrever... Dias de outono às vezes têm esse feito sobre mim, pois mostram que a vida é feita de ciclos, e que é isso que a faz tão perfeita.
  

terça-feira, 19 de abril de 2011

"Se apronta pra recomeçar..."

Não controlamos o amor.
Não podemos decidir que só iremos amar a pessoa certa... não é assim que as coisas funcionam.

O amor é um sentimento que vai sorrateiramente tomando conta do seu coração, e quando menos percebemos já estamos amando... E as vezes o cupido lança as flechas todas trocadas e vc se vê no meio de situações complexas, que passam muito longe do "moça conhece rapaz"e do "felizes para sempre" que nos são vendidos pelos filmes de Hollywood.

A verdade é que mesmo nos filmes e livros, nem sempre as histórias de amor terminam bem... Alguns amores não foram feitos para tornarem-se concretos, e nem por isso essas deixam de ser lindas histórias de amor.

O mais importante do amor não é a possibilidade de futuro, não é a concretização do desejo, mas sim a possibilidade de experimentar um sentimento sublime...

E se a paixão se apega e acaba nos fazendo sofrer (e sim, quando falamos de amor romântico, não temos como desvinculá-lo da paixão), o amor é liberdade, é paz, é desapego...

E a gente sofre tudo que a paixão nos faz sofrer, e não importa, pois sabemos que a paixão é fogo, e apaga... o lado bom e o lado ruim... E a gente sempre sobrevive...

E o amor faz a gente achar que tudo valeu a pena, e seguir em frente, e juntar os pedaços, e se preparar pra começar tudo de novo...

E esse texto pede Roupa Nova...

terça-feira, 5 de abril de 2011

Ferino, Mas Doce!!!: "Quero o amor maior..."

Ferino, Mas Doce!!!: "Quero o amor maior...": "Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E, en..."

quarta-feira, 9 de março de 2011

FINALMENTE O FIM DO CARNAVAL


Depois de 6 filmes, duas temporadas do Grey`s Anatomy, muitas horas de sono e alguns episódios de Friends, Two and a Half Men e The Big Bang Teory, finalmente o Carnaval acabou...

Não me levem a mal, não tenha nada contra as escolas de samba, o espetáculo é bonito até... não acho ruim ter 4 dias pra fazer tudo isso que descrevi acima, mas a filosofia bebida até cair, música ruim, lugares hiperlotados, beijo sem critério e sexo sem compromisso não tem nada a ver comigo...

E por que tudo isso é estimulado mesmo??

segunda-feira, 7 de março de 2011

CIEGA SORDOMUDA





Si pudiera exorcizarme de tu voz

Si pudiera escaparme de tu nombre

Si pudiera arrancarme el corazón

Y esconderme para no sentirme nuevamente

Bruta, ciega, sordomuda

Torpe, traste, testaruda

quarta-feira, 2 de março de 2011

AUTO ENGANO E MEGALOMANIA


Hoje falarei sobre a nossa mania de grandeza. Nossa necessidade extraordinária de nos sentirmos mais importantes do que realmente somos... E também ao nosso auto-engano.

O tema recorrente nestes últimos dias, na minha vida e também na vida de pessoas ao meu redor está, de alguma forma, relacionado a isto.

"Não quero fazê-la(o) sofrer, por isso fim assim"

Vamos analisar essa frase??

Vou começar com o auto-engano...
Quantas vezes você já ouviu as pessoas usando essa frase como desculpa para tomar (ou não tomar) atitudes sérias?? Ela é usada para justificar mentiras, falta de consideração, falta de respeito... tudo em nome de não magoar outra pessoa que inevitávelmente sai ainda mais magoada.

Será que, ao falar essa frase, as pessoas realmente acreditam nela, ou apenas preferem acreditar que acreditam??

Quando deixo de ser sincero, de fazer algo que eu sei ser a melhor e mais honesta forma de agir, estou protegendo a outra pessoa, ou me protegendo de lidar com as consequências de meus atos e - na falta de outra palavra mais leve - me protegendo da minha própria covardia criando para mim mesmo uma imagem de alguém bonzinho, preocupado com os outros?

Eu acredito na segunda opção. Responsabilidade é fazermos aquilo que é certo, mesmo que com isso corramos o risco de magoar alguém que amamos. E amar é respeitar o outro o suficiente para sermos verdadeiros, pois a outra pessoa mereçe isso...

Mas, considerando a possibilidade de que muita gente acredite realmente que mente/ esconde / desrespeita para o bem e proteção do outro, vou entrar no segundo tópico, a megalomania...

QUEM FOI QUE DISSE QUE EU SOU UMA PESSOA TÃO IMPORTANTE, TÃO SUPERIOR À OUTRA, QUE TENHO QUE PROTEGÊ-LA??

Essa postura mostra desrespeito pela capacidade do outro de lidar com as dificuldades e mágoas inerentes à vida. É colocar aquela pessoa na posição de coitadinho, incapaz... é subestimar e desvalorizar o outro. E se superestimar a ponto de achar que vc é tão, mais tão importante que causará algum dano irreversível e permanente em alguém...

Mas o fato é: ninguém é tão importante assim para ser responsável pela felicidade ou infelicidade de alguém.

Gente, já é tão difícil cuidarmos de nós mesmos e da nossa felicidade...

A melhor coisa que podemos fazer pelas pessoas que estão a nossa volta é sermos felizes, estarmos bem, e, assim, semearmos felicidade. No mais, temos que respeitar o direto (e dever) do outro de ir atrás de sua própria felicidade, enfrentar as dificuldades da vida, superá-las e ser feliz.

E respeitar o nosso direito (e dever) de fazer o mesmo com a gente mesmo.

Isso sim é responsabilidade, amor, respeito - a si mesmo e ao próximo.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

O SOM DO SILÊNCIO

O silêncio pode falar muito, pode significar muitas coisas diferentes...

Às vezes o silêncio é indiferença, é a maneira de mostrarmos que algo não nos interessa.

Alguns silêncios são raiva, em uma tentativa de ferir a pessoa objeto da raiva com uma pretença ( já que visivelmente falsa) postura de indiferença.

Alguns silêncios são mágoa, e uma tentativa de nos afastarmos de alguém que nos causa dor...

O silêncio também pode ser amor, e então ele se faz porque as palavras tornam-se desnecessárias.

Pode ser também a tentativa de não nos tornarmos repetitivos, redundantes, pois aquilo que deveria ser dito, foi tido... e então continuarmos a falar é desperdiçar palavras no vazio.

O silêncio também pode ser compreensão, a nossa maneira de aceitarmos as pessoas e coisas como são, sem sobrecarregá-los com nossas expectativas.

E algumas vezes, talvez deva completar, algumas POUCAS vezes, o silêncio é paz.

Ouça o som do meu silêncio.
Ele não é indiferença, mas te fala de algo que não me interessa. Ele é raiva, às vezes, devo admitir... às vezes de você, às vezes de mim, às vezes da vida ou destino, mas serei sincera em admitir que ela, a raiva, está lá...
E é mágoa, e tristeza... E te garanto, muito, muito amor.
E calo para não me repetir, sim, pois tenho a certeza que você já conhece de cor os meus pensamentos e sentimentos... já falei deles para você tantas e tantas vezes que até eu estou exausta de ouví-los.
E é a minha tentativa de compreender e aceitar; de esvaziar a minha mente das expectativas e desejos. Respeitar as minhas e as suas limitações... Embora seja essa a parte mais difícil disso tudo.

Ouça o som do meu silêncio...
Ele é o único modo que achei de te amar e continuar me amando...
E não, ele não é paz... ainda.
A tempestade não passou e as águas ainda estão revoltas... mas elas irão se acalmar um dia, e essa é a minha tentativa de permitir que esse dia chegue... para todos nós.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A PAZ E A ALMA IMORAL

Falei que o livro ia provavelmente aparecer várias vezes aqui pelo blog... Vamos voltar a este assunto... Pois realmente o livro é excelente... do tipo pra ler e reler e reler e reler...

Falamos de traições... aquelas que cometemos contra a sociedade, contra os outros, contra nós mesmos...

E se não tenho muitos problemas com as traições cometidas contra sociedade e suas regras, tenho muito problema com as traições que, com uma frequencia muito maior do que gostamos de admitir, cometemos contra nós mesmos...

E quanto aos outros?? Será que também não traimos aqueles a quem amamos quando, para não magoá-los, agimos contra o nosso coração, os nossos sentimentos e vontades reais?? E quando entram em cena sentimentos fortes e ambivalentes, como saber o que realmente é ser fiel a nossa alma??

Agora chegamos na PAZ... acredito que está aí o segredo de tudo... Quando somos verdadeiros com nós mesmos, podemos agir de maneiras que gerem tristeza, nos outros e em nós mesmos, mas estamos em paz... temos dentro de nós aquela tranquilidade e serenidade que nos diz que a gente fez o melhor, e por isso as coisas irão de ajeitar...

A paz é, na minha opinião, o termometro que mede a lealdade que temos com nossa alma. E talvez por isso, em meio às nossas confusões e contradições, seja tão difícil encontrarmos a paz. 

E aí deixo a pergunta: Como anda o seu nível de paz ultimamente??

sábado, 29 de janeiro de 2011

Redenção

                  


Caminho entre as ruas desertas dessa cidade que nunca dorme, onde tudo é cinzento

A solidão já se fez minha companheira costante e caminha ao meu lado a cada momento

Me lembrando que tudo passa, e que você também passará.

No escuro, a única coisa que se mantém é o tempo,

As horas se arrastam e algo em meu corpo sente fisicamente a sua falta

Estranho magnetismo que me puxa em sua direção, que faz cada pensamento meu lhe pertencer

Minha razão corre em todas as direções buscando uma saída

Libera flashes do passado, tentando me alertar do futuro que inevitavelmente virá

Buscando desesperadamente sinais que mostrem a verdade

Algum detalhe que me liberte de você

Tudo em vão...

Fico aqui...

Parada...

Presa a um sentimento que não ouso nomear por puro medo de torná-lo real.

Esperando, sem reação, o momento da minha condenação...

Me rendo a você 
 

sábado, 15 de janeiro de 2011

A Alma Imoral - Parte 1


Vi a peça. Fantástica!!
Hoje comprei o livro do rabino Nilton Bonder, e é inevitável que ele acabe virando tema de posts... então vamos lá...

Alma (transgressão) X Corpo (tradição) 

Bom, um livro que chama a alma imoral, e sim, a palavra é imoral, e não amoral, começa, é claro, defendendo exatamente essa tese... E de repente surge um outro olhar, surpreendentemente real...

Estamos acostumados a fazer a relação alma - aceitação e seguimento de regras; alma - moral... essa visão surge, é claro, da Igreja, da religiões que nos ensinam que a alma é algo externo ao corpo, e que iremos para um lugar melhor se formos bonzinhos... o que basicamente significa seguir as regras...

E de repente uma nova idéia... a moral é algo que deriva do corpo. A moral surge como forma de garantir a preservação da espécie. Foi uma adaptação ao tipo de sociedade que o homem foi criando para si... São regras que foram sendo criadas para fazer cumprir da melhor forma o mandamento dado a Adão e Eva - "crescei e reproduzi-vos"

Tá certo. Mas onde entra a imoralidade nessa história? Onde entra a transgressão?

No texto bíblico, entra no mandamento negativo de não comer do fruto proíbido.
Vamos pensar... O que uma criança faz quando você fala para ela "não sobe na cadeira"?  - Ela descobre que pode subir na cadeira. Descobre que pode transgredir...
E então está plantada no ser humano a semente da transgressão, da traição... a semente da imoralidade.

Ao comerem o fruto proibido, Adão e Eva trangridem, agem de forma imoral... e evoluem, mudam a ordem das coisas, passam a ser, de certa maneira, co-criadores. E essa necessidade de transformar não atende aos desejos do corpo, da matéria... mas da alma.

E então descobrimos que nossa imoralidade vem da alma... Que temos em nós um corpo que busca a tradição como forma de garantir sua sobrevivência, e uma alma que busca na transgressão/traição a possibilidade de evoluir... errando, sim, muitas vezes, mas se abrindo e se arriscando à possibilidade de acertar e então criar algo novo, algo melhor...  E agora?? Como equilibrar corpo e alma?

Como sabemos quando transgredir é certo ou errado?
Como sabemos quando obedecer significa desrespeitar, e quando desobedecer é o nosso mais forte ato de respeito?
Como agir quando seguir as regras é trair a você mesmo, à sua alma?
Existem fidelidades perversas e traições de grande lealdade??

Levanto a discussão, para quem quiser opinar...
Obviamente não tenho as respostas e gostaria muito da opinião de vocês

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Soneto da Separação


SONETO DE SEPARAÇÃO

Vinícius de Morais



De repente do riso fez-se o pranto

Silencioso e branco como a bruma

E das bocas unidas fez-se a espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama

E da paixão fez-se o pressentimento

E do momento imóvel fez o drama.

De repente, não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez amante

E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante

Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, não mais que de repente.

Respeito

Vai ter mulher descendo até o chão sim Dançando funk, axé ou samba... ballet até, quem sabe? E não importa se ela é deputada, ministra, advo...