Vai ter mulher descendo até o chão sim
Dançando funk, axé ou samba... ballet até, quem sabe?
E não importa se ela é deputada, ministra, advogada, bancária, manicure ou diarista, o que ela dança fora do horário de trabalho dela não é da sua conta.
Vai ter mulher lutando pelo direito de vestir o que quiser e te lembrando que não pediu sua opinião, nem sobre a roupa, e muito menos sobre o corpo, que, lembremos, é dela.
E seguiremos exigindo a palavra quando interrompidas, ainda que taxadas de agressivas e colocando nossas opiniões e posicionamentos, mesmo quando os narizes torcidos mostram a importunação que sentem aqueles que se acham mais. Seu incômodo será nosso combustível.
E gritaremos sim, a cada assédio sofrido, que não é normal, que não deve ser relevado ou perdoado, em especial quando nem mesmo admitido, em uma sociedade na qual a falta de respeito está tão naturalizada que nem percebida é mais. E não repitam "se dê ao respeito se quer ser respeitada" que eu desço do salto e grito ainda mais alto até que você entenda que, a menos que eu queira e deixe isso claro, nada sobre meu corpo ou meu comportamento lhe pertence, lhe autoriza ou lhe diz respeito.
E que nos tornemos cada dia mais. Muitas e muitas, nos unindo a cada ofensa, nos dando a mão a cada julgamento, nos apoiando a cada violência, formando e fortalecendo uma corrente que criará um mundo mais justo e prenderá cada homem que ainda nos vê como objetos a serem possuídos (ainda que os prenda dentro de seus próprios mundinhos, já que nem tudo dentro da mentalidade tacanha do machismo é crime).
RESPEITO, só. Não é difícil de entender. E não estamos mais pedindo, mas exigindo.