terça-feira, 11 de junho de 2013

Dia dos namorados para corações solitários

Ela acordou com o despertador, como de costume, sem muita vontade de sair da cama. Hoje, mais do que nunca, ela desejava que já fosse amanhã.

Só um dia, como outro qualquer... Não, não dava pra fingir que era assim... Ela não se recordava de ter sido tão difícil no ano anterior... "Ah, é verdade" - pensou - "ano passado houve o jantar com o não namorado"

Só um dia como outro qualquer? Mentira... Era dia 12/06 e fingir que não  importava era falsidade... Era o dia do aumento da sensação de solidão de quem, como ela, estava sozinha, e os muitos eventos de solteiros marcados para essa data comprovavam a vontade de fugir desse sentimento.

Fim do mundo? Não... Provavelmente - ela imaginava - era muito pior passar o dia das mães sem mãe... O dia dos pais sem pai, ou o Natal sem uma família... Dos males, o menor...

Não, não era o fim do mundo. Na verdade ela até que estava bem acostumada com a sensação de passar por essa data e sentir-se um pouco mais solitária... Não era novidade... Nenhum motivo para deprimir-se e nem sair da cama... Mas era chato.

Não haveria mensagens e telefonemas
Não haveria expectativa por surpresas
Não haveria jantar ou passeio especial
Não haveria uma noite de sexo selvagem seguida de sono em conchinha...

Droga! Ela sentia falta das noites de sexo e sono em conchinha!

Mas mais do que isso, havia aquela falta em seu peito... A saudade dele, que naquela semana doía mais. Havia aquele vazio no coração... Um vazio terrivelmente preenchido com a ausência dele. Soava estranho "vazio preenchido", mas a sensação era essa mesmo...

Apenas um dia como outro qualquer? Não, ela não conseguia se convencer disso... Não era o fim do mundo. Haveria conversas, sorrisos, pessoa e coisas boas. Sua vida era repleta de coisas boas, ela tinha que admitir.

Ainda assim, por este ano, sem nenhuma necessidade de fingir uma solteirice bem resolvida que ela nao sentia - não sempre, pelo menos, e definitivamente não hoje - ela levantou para encarar a solidão e a saudade que doía em seu coração e, em conjunto com tantos outros corações solitários e/ou partidos, uma frase tomou conta de seus pensamentos: 

"Eu odeio dia dos namorados"

2 comentários:

Luis Guilherme Campos Santos disse...

É ... em algum momento essa dor passa, sempre passa. É que nos habituamos a trazer as lembranças boas e dói a ausência, a falta o silêncio ... mas uma hora passa e nem acreditamos que fomos capazes de sofre e deixar doer tanto.
Esse ano o dia 12 foi odioso ... mas quem sabe o ano que vem seja fantástico como foi tantos outros.
Saudades,
Beijo grande

Renata Peixoto disse...

Saudade de vc também Lu! Beijo grande

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