SONETO DE SEPARAÇÃO
Vinícius de Morais
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
5 comentários:
Triste, muito triste...
Também acho...
Discordo dos comentários.
A separação é o fim de um ciclo.
A tristeza parte integrante.
Deve-se guardar ambos a sete chaves
E se seguir adiante.
(Putz, Vinícius deve ter se revirado no túmulo!)
Triste mesmo ... E como a gente sofre né? Depois do luto, quando começamos a superar e começamos a nos apresentar novamente pro mundo chegamos a duvidar daquela dor.
Tem um de Fernando Pessoa que se chama Autopsicografia e que eu adoro que é assim:
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Bjos ...
Queridos,
Agradeço muito as postagens... mesmo; mas desta vez não vou comentar.
Beijão!!!
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